A MTV
Brasil chegou em Salvador por volta de 1995 ou 1996 (não lembro bem)
no canal 23 UHF e nunca pegou lá muito bem aqui em casa. NUNCA!!
Lembro que meu irmão chegou do trabalho, pegou uma antena interna
UHF que tinha aqui em casa e, com paciência, conseguiu sintonizar a
MTV. O clip que estava passando era Have You Ever Really Loved A
Woman, com Bryan Adams. O primeiro clip que eu assisti na MTV. Mas,
como eu disse, o canal nunca pegou muito bem aqui.
A MTV que
eu assistia tinha Sabrina Parlatore, Gastão Moreira, o "Reverendo"
Fábio Massari, Soninha, Edgar Piccoli, Casé, Chris Nicklas e Couto,
Marina Person (que foi quem estreou o Piores Clips do Mundo) e mais
alguns outros que eu não lembro e tô com preguiça de procurar.
Thunderbird é um caso a parte já que, pelo menos pra mim, ele é a
cara da MTV. Esteve lá do início ao fim, fora um pequeno período
que andou afastado. Período este em que aproveitou pra fazer alguns
projetos pessoais, mas acabou voltando à MTV. Eu o considero a cara
da MTV porque, além do fato de ser o VJ que passou mais tempo na
MTV, foi caricaturado como personagem da extinta TV Colosso na pele –
ou pelo – de Thunderdog, também VJ do programa e teve o seus
bordões “sim, amiguinhos” e “se é que você me entende”
repetidos em todos os programas que queriam satirizar os VJs
Thunderbird e Thunderdog
A
qualidade sinal do canal foi ficando cada vez pior até que não
pegava mais na minha casa, não importa a posição que a gente
deixasse a antena. Acho que não durou nem um ano. Eu só conseguia
assistir à MTV na casa de um amigo meu. Na casa dele sempre pegou
bem, com a qualidade de sinal melhor que até que o da Globo. Cheguei
a ver uns outdoors espalhados pela cidade que diziam que a MTV estava
agora no canal 13 VHF com o slogan “agora pega em todo lugar”.
Tenho certeza que tinha escrito, em letra miúda, “menos na casa
de Chico”, mas isso eu nunca vou poder provar. Mesmo em VHF, que é
de mais fácil sintonização, não era nada fácil fazer a MTV pegar
em casa, quiçá durar.
Assisti
Garoto Enxaqueca, Garota animada, parte de O Cabeção (uma vez que
quando a MTV entrou no ar em Salvador a série já estava rolando e
eu nunca consegui acompanhar nas reprises), Aeon Flux (que eu também
nunca consegui assistir todo até meu irmão aparecer aqui em casa
com um box com toda a série e eu lembrar por que eu nunca consegui
assistir esse desenho todo: é um saco), The Maxx (que eu nunca
consegui assistir o último dos seus dez episódios por “n”
motivos). Apesar de ter assistido – ou tentado assistir – algumas
desses desenhos animados que a MTV passou, o que me marcou mais, o
que eu mais gostei, o que eu virei fã de verdade foi Beavis and
Butt-Head. Eu era fã de carteirinha desse e assistia sempre que
possível, incluindo o longa Beavis and Butt-Head do America no
cinema. South Park também apareceu primeiro lá aqui no Brasil.
Vjs
saíram, Vjs entraram (lá ele) e a luta pra eu assistir à MTV ainda
era ferrenha. Assisti muito o Disk MTV com Sabrina e Sarah
apresentando, Resposta com Sabrina, Sarah e Silvinha, virei fã de
Marcos Mion e todo o seu alto astral contrabalanceando com a meiguice
de Didi Wagner no Supernova... Bons tempos. Acho que foi o período
em que a MTV ficou mais tempo sem ficar ruim ou sumir de vez.
Assistir
à última transmissão ao vivo da MTV Brasil e, nos últimos dias,
Vjs relembrando tudo o que viveram dentro da emissora de televisão
mais jovem, com programação direcionada para os jovens e que dava
mais liberdade aos seus apresentadores (segundo depoimento dos
mesmos) me fez perceber que, mesmo com o hiato que se fazia de
sintonia da MTV na minha casa e com todas as diferenças que
aconteceram na programação passando menos clips, a MTV Brasil vai
me fazer falta. Torço pra que a nova MTV que vai surgir traga
consigo toda a magia que encantou a mim e a muitas e muitas outras pessoas
no Brasil.
Eu conheci muita banda boa, outras nem tanto, torcia pra que não tivesse nenhuma boyband no topo do Disk, sempre mudava de canal quando começava algum clip de Lulu Santos (bleargh) e, no
final, eu não era tão MTViciado como meu irmão achava que eu era
ou o quanto eu gostaria de ser. Mas não por falta de vontade. E eu sempre soube disso.