27 de set. de 2013

Depoimento de um MTViciado

A MTV Brasil chegou em Salvador por volta de 1995 ou 1996 (não lembro bem) no canal 23 UHF e nunca pegou lá muito bem aqui em casa. NUNCA!! Lembro que meu irmão chegou do trabalho, pegou uma antena interna UHF que tinha aqui em casa e, com paciência, conseguiu sintonizar a MTV. O clip que estava passando era Have You Ever Really Loved A Woman, com Bryan Adams. O primeiro clip que eu assisti na MTV. Mas, como eu disse, o canal nunca pegou muito bem aqui.

A MTV que eu assistia tinha Sabrina Parlatore, Gastão Moreira, o "Reverendo" Fábio Massari, Soninha, Edgar Piccoli, Casé, Chris Nicklas e Couto, Marina Person (que foi quem estreou o Piores Clips do Mundo) e mais alguns outros que eu não lembro e tô com preguiça de procurar. Thunderbird é um caso a parte já que, pelo menos pra mim, ele é a cara da MTV. Esteve lá do início ao fim, fora um pequeno período que andou afastado. Período este em que aproveitou pra fazer alguns projetos pessoais, mas acabou voltando à MTV. Eu o considero a cara da MTV porque, além do fato de ser o VJ que passou mais tempo na MTV, foi caricaturado como personagem da extinta TV Colosso na pele – ou pelo – de Thunderdog, também VJ do programa e teve o seus bordões “sim, amiguinhos” e “se é que você me entende” repetidos em todos os programas que queriam satirizar os VJs

 Thunderbird e Thunderdog

A qualidade sinal do canal foi ficando cada vez pior até que não pegava mais na minha casa, não importa a posição que a gente deixasse a antena. Acho que não durou nem um ano. Eu só conseguia assistir à MTV na casa de um amigo meu. Na casa dele sempre pegou bem, com a qualidade de sinal melhor que até que o da Globo. Cheguei a ver uns outdoors espalhados pela cidade que diziam que a MTV estava agora no canal 13 VHF com o slogan “agora pega em todo lugar”. Tenho certeza que tinha escrito, em letra miúda, “menos na casa de Chico”, mas isso eu nunca vou poder provar. Mesmo em VHF, que é de mais fácil sintonização, não era nada fácil fazer a MTV pegar em casa, quiçá durar.

Assisti Garoto Enxaqueca, Garota animada, parte de O Cabeção (uma vez que quando a MTV entrou no ar em Salvador a série já estava rolando e eu nunca consegui acompanhar nas reprises), Aeon Flux (que eu também nunca consegui assistir todo até meu irmão aparecer aqui em casa com um box com toda a série e eu lembrar por que eu nunca consegui assistir esse desenho todo: é um saco), The Maxx (que eu nunca consegui assistir o último dos seus dez episódios por “n” motivos). Apesar de ter assistido – ou tentado assistir – algumas desses desenhos animados que a MTV passou, o que me marcou mais, o que eu mais gostei, o que eu virei fã de verdade foi Beavis and Butt-Head. Eu era fã de carteirinha desse e assistia sempre que possível, incluindo o longa Beavis and Butt-Head do America no cinema. South Park também apareceu primeiro lá aqui no Brasil.

Vjs saíram, Vjs entraram (lá ele) e a luta pra eu assistir à MTV ainda era ferrenha. Assisti muito o Disk MTV com Sabrina e Sarah apresentando, Resposta com Sabrina, Sarah e Silvinha, virei fã de Marcos Mion e todo o seu alto astral contrabalanceando com a meiguice de Didi Wagner no Supernova... Bons tempos. Acho que foi o período em que a MTV ficou mais tempo sem ficar ruim ou sumir de vez.

Assistir à última transmissão ao vivo da MTV Brasil e, nos últimos dias, Vjs relembrando tudo o que viveram dentro da emissora de televisão mais jovem, com programação direcionada para os jovens e que dava mais liberdade aos seus apresentadores (segundo depoimento dos mesmos) me fez perceber que, mesmo com o hiato que se fazia de sintonia da MTV na minha casa e com todas as diferenças que aconteceram na programação passando menos clips, a MTV Brasil vai me fazer falta. Torço pra que a nova MTV que vai surgir traga consigo toda a magia que encantou a mim e a muitas e muitas outras pessoas no Brasil.

Eu conheci muita banda boa, outras nem tanto, torcia pra que não tivesse nenhuma boyband no topo do Disk, sempre mudava de canal quando começava algum clip de Lulu Santos (bleargh) e, no final, eu não era tão MTViciado como meu irmão achava que eu era ou o quanto eu gostaria de ser. Mas não por falta de vontade. E eu sempre soube disso.


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